Vencendo inúmeros desafios históricos, a mulher tem ocupado, cada vez mais, seu espaço dentro da sociedade, mostrando sua competência e valor em diversos segmentos do mercado. A participação feminina no empreendedorismo também é marcante, reforçando a ideia de que ela pode preencher posições de destaque e atuar com total competência em qualquer ambiente.
Porém, levando em conta o cenário do empreendedorismo, não há como negar a existência de desafios que fazem parte da jornada de quem aposta na abertura de uma empresa. Por isso, quem deseja alcançar o sucesso precisa estar ciente de que desafios existem e que algumas competências e habilidades são essenciais.
É por isso que trazemos este artigo — precisamos falar mais sobre o perfil da mulher empreendedora e seus desafios, não é? A seguir, a gente mostra quais as qualidades e atributos contribuem para que elas tenham uma representatividade cada vez maior no segmento empresarial. Vamos lá!
Panorama das mulheres empreendedoras no Brasil
De acordo com a pesquisa Empreendedorismo no Brasil – 2019, da Global Entrepreneurship (GEM), é possível afirmar que, no ano de 2019, quase não houve diferença na participação de homens e mulheres no estágio de empreendedorismo inicial.
Por outro lado, considerando o estágio estabelecido, isto é, ligado a negócios já consolidados, os homens tiveram uma participação maior do que as mulheres. A taxa dos empreendedores estabelecidos do sexo masculino foi de 18,4%, enquanto a de empreendedoras foi de 13,9%.
Em números absolutos, essa diferença de 4,5% representa cerca de três milhões de homens a mais do que mulheres no empreendedorismo estabelecido. Apesar dessa disparidade, reflexo de uma série de fatores, muitos deles culturais, a presença das mulheres no empreendedorismo em estágio inicial cresceu bastante nos últimos anos.
Isso significa que elas buscam o mercado empresarial e, mais do que isso, investem mais tempo e dedicação ao empreendedorismo — seja por necessidade ou vontade de ser a própria chefe, tendo certa flexibilidade na rotina. Prova disso está no estudo realizado pelo Núcleo de Pesquisa em Gênero e Economia da Universidade Federal Fluminense, que mostra que a média do nível de escolaridade das mulheres supera em um ano a do sexo masculino.
De forma geral, os números confirmam a tendência do crescimento do empreendedorismo feminino percebido na prática, em diversos setores. Inclusive, segundo o GEM (Global Entrepreneurship Monitor), nosso país está em 7º lugar no ranking de mulheres à frente de negócios iniciais. Além disso, 48% dos MEIs abertos por aqui são de mulheres (dados levantados pelo Sebrae). Ou seja, mesmo que exista um percentual maior de homens empreendedores, as mulheres estão crescendo nesse sentido.
Os desafios do empreendedorismo feminino
Apesar da participação cada vez mais ativa das mulheres no segmento empresarial, é inegável que ainda existam desafios que precisam ser superados todos os dias para quem tem o perfil de mulher empreendedora.
Nesse sentido, a seguir, você confere algumas das questões mais comuns nessa realidade e que, de alguma forma, também confirmam as razões das desigualdades que ainda existem entre homens e mulheres no meio empresarial. Veja só!
Fatores culturais
Embora o cenário do empreendedorismo tenha mudado bastante nos últimos anos, ainda é possível dizer que a cultura é um dos pontos que dificultam a jornada da mulher empreendedora. Durante muito tempo, a figura masculina esteve mais associada aos negócios, à liderança e à tomada de decisão.
Nesse contexto, ainda existe certa resistência à figura feminina em determinados segmentos, o que acaba por inibir a participação. Mas, com os números vistos, a boa notícia é que isso vem mudando e mais mulheres têm se tornado donas de seus negócios!
Acesso ao crédito
De acordo com dados do Sebrae, apesar de as mulheres apresentarem um nível de inadimplência menor do que os homens, ainda assim, elas enfrentam mais dificuldades para ter acesso a crédito para apoiar os seus negócios.
O estudo mostra que as empreendedoras pagam taxas anuais de juros, em média, 3,5% superiores às taxas pagas pelos homens, o que, na prática, pode tornar empréstimos e financiamentos pouco viáveis.
Questões pessoais
É inegável que a mulher ainda recebe uma carga muito grande quando se trata da gestão familiar e da criação dos filhos. Diante disso, muitas vezes, as jornadas duplas, ou até triplas, figuram como grandes desafios na vida da mulher empreendedora, que se vê obrigada — e, muitas vezes, sobrecarregada — com afazeres domésticos, cuidados da família e a gestão empresarial.
Uma pesquisa realizada pela Rede Mulher Empreendedora apontou que cerca de 70% das mulheres empreendem na tentativa de conseguir ter mais flexibilidade em sua vida pessoal, de modo a conseguir conciliar melhor os seus compromissos.
No mesmo sentido, dados do IBGE mostram que, no ano de 2018, no Brasil, a taxa de realização de tarefas domésticas e/ou de cuidados de pessoas foi de 93% entre as mulheres e 80,4% entre os homens.
Além disso, o tempo dedicado a essas atividades pelas mulheres, a cada semana, foi em torno de 21,3 horas, enquanto a média masculina ficou em 10,9 horas. Ou seja, quase metade do tempo gasto pelas mulheres.
Os desafios, mesmo para quem tem o perfil de mulher empreendedora, existem e isso é um fato. Porém, ainda é possível alcançar bons resultados na abertura de um negócio. Nesse sentido, uma das dicas para empreender com sucesso é pesquisar a fundo o mercado, identificar demandas existentes e latentes, além de focar modelos de negócio que facilitem o ingresso e a permanência do empreendedor. Este é o caso das franquias, que têm um modelo de negócio já testado e com processos prontos, o que facilita demais o dia a dia.
O perfil da mulher empreendedora
Mesmo diante de todos os desafios impostos, a mulher vem conquistando um espaço crescente no meio empresarial e conseguido se sobressair em diferentes setores, como o de serviços.
Nesse sentido, é comum haver dúvida sobre o perfil da mulher empreendedora, isto é, sobre as características desse público feminino que tem apostado no empreendedorismo como meio de vida e crescimento pessoal e profissional.
A Rede Mulher Empreendedora elaborou um estudo, citado anteriormente, no qual traçou um verdadeiro perfil da mulher empreendedora. Esse levantamento mostra os seguintes pontos:
- a mulher empreendedora tem, em média, 39 anos;
- conta com formação de nível superior;
- o público é predominantemente formado por mulheres casadas e que têm filhos;
- a maioria resolveu empreender depois da maternidade.
Além disso, o estudo mostrou que um dos motivos que fazem com que as mulheres empreendam é a vontade de trabalhar em algo de que gostam, a necessidade de ter mais flexibilidade em suas rotinas e a questão da renda. Versatilidade, resiliência, força de vontade são só algumas outras características que as favorecem.
Como você pode perceber, o perfil da mulher empreendedora mostra como as questões culturais e as próprias demandas pessoais, familiares e emocionais estão relacionadas à decisão de abrir uma empresa. Ainda assim, a tendência é que a mulher se mostre cada dia mais presente no meio empresarial, mostrando toda sua força e competência. Afinal, ter o próprio negócio empodera muito!
Agora que você já conhece um pouco mais sobre o panorama do empreendedorismo feminino e o sobre o perfil da mulher empreendedora, não pare por aqui. Aproveite e compartilhe este conteúdo nas suas redes sociais!