Franquia ou licenciamento: qual a melhor opção?

É natural que, ao decidirem pelo empreendedorismo, os gestores reservem tempo para analisar as oportunidades de negócio. Frente a diversas possibilidades — cada qual com diferentes demandas de tempo e de recursos, por exemplo —, surge uma questão recorrente: a melhor opção é a franquia ou licenciamento?

A dúvida é sensata e leva a uma reflexão importante. Afinal, ao conhecer a dinâmica dos investimentos, considerando prós e contras de cada direcionamento, fica mais fácil bater o martelo e estruturar os próximos passos da nova empresa.

Neste post, você entenderá um pouco mais sobre o que diferencia, na prática, a franquia e o licenciamento. Em seguida, mergulhamos nas particularidades de cada iniciativa, listando as vantagens e as desvantagens inerentes a cada escolha.

Boa leitura e bons insights!

Quais são as diferenças entre franquia e licenciamento?

Antes de mais nada, vale reforçar que tanto a franquia quanto o licenciamento se beneficiam de uma característica comum: ambos se desenvolvem a partir de uma marca já consolidada e reconhecida pelo consumidor.

Essa estratégia, por si só, é capaz de oferecer certa segurança ao empreendedor: a penetração de mercado é mais rápida, uma vez que a empresa já nasce relevante, e os investimentos em marketing, por exemplo, podem ser minimizados.

Ainda que as duas opções apresentem, em essência, algumas similaridades, é fundamental discutir o que as diferencia. Somente ao compreender as divergências, contrapondo os atributos, é possível escolher com mais segurança e precisão.

De forma geral, a franquia descreve um cenário no qual o proprietário de uma marca (ou seja, o franqueador) compartilhar o direito de usá-la com outros empreendedores (nesse caso, o franqueado). Os termos envolvem, ainda, a replicação do modelo de negócios e a exploração de estratégias já validadas pela empresa ao longo de seus anos de existência.

De acordo com a Associação Brasileira de Franchising (ABF), o faturamento das franquias brasileiras cresceu 6,9% em 2019, indicando que se trata de um mercado promissor e em franca expansão, registrando números positivos há vários anos consecutivos.

Por outro lado, o licenciamento funciona de modo ligeiramente diferente. A negociação se baseia na compra de uma licença para usar o nome de determinada marca e, assim, comercializar seus produtos e/ou serviços. É o caso, por exemplo, dos brinquedos que reproduzem filmes — caso dos super-heróis da Marvel ou das princesas da Disney.

A Associação Brasileira de Licenciamento (Abral), em 2017, divulgou que o licenciamento de marca, imagem ou propriedade intelectual e artística rendeu cerca de R$ 18 bilhões ao varejo brasileiro. Os números são positivos e também podem representar uma boa oportunidade de negócio.

Quais são as vantagens e as desvantagens da franquia?

Em primeiro lugar, vale lembrar que o sistema de franquias vem ganhando bastante destaque nos últimos anos. A razão é simples: no terceiro trimestre de 2019, o faturamento do setor ultrapassou os R$47 bilhões, o que representa uma variação positiva de quase 7% em relação ao mesmo período do ano anterior.

No entanto, você precisa se certificar da escolha, certo? A melhor forma é, portanto, se aprofundar no panorama de negócios. Confira as principais vantagens e desvantagens do modelo de franquias!

Vantagens

Além do potencial de retorno, as franquias apresentam uma série de outros benefícios. O primeiro deles, é claro, diz respeito à força da marca. Ao se tornar franqueado, você empresta a credibilidade de uma companhia que já provou seu sucesso no mercado — e, claro, também sua aderência às necessidades de seu público-alvo.

A franquia, portanto, funciona como uma extensão da empresa e pode gozar da experiência acumulada. É provável, por exemplo, que estudos geolocalizados já tenham sido feitos e que a base de clientes cadastrados cubra a região em que você pretende atuar. Esse tipo de facilidade otimiza os investimentos e confere mais segurança ao dia a dia do negócio. Nesse sistema, o franqueador está sempre disposto a alavancar suas operações — afinal, o seu sucesso é o dele.

Outra vantagem desse modelo é a difusão contínua de conhecimento. Para se manter competitivo no mercado, o franqueador não deixa de investir em pesquisa, desenvolvimento e treinamento. Com isso, os demais franqueados também se beneficiam, já que são constantemente nutridos com sólida expertise e com valiosos insights de inovação.

Desvantagens

O relacionamento próximo com o franqueador pode gerar alguns atritos. Ao aderir a uma franquia, você opta por seguir as diretrizes da marca, adaptando seus processos e suas estratégias à visão da companhia de que faz parte. Por isso, algumas ideias e iniciativas podem ser barradas — e, para não se frustrar, é importante que você esteja totalmente ciente disso.

Uma campanha de marketing ou uma ação promocional, por exemplo, precisa obter o aval da alta direção empresa antes de ser realizada. Uma mudança estrutural no sistema de vendas — seja no ato do cadastro ou na precificação do produto — não pode ser feita sem que tudo tenha sido discutido com o franqueador. Caso não haja alinhamento prévio, o empreendedor corre o risco de perceber, depois de fechar o negócio, que pode não se encaixar no modelo quando a operação iniciar.

O pagamento de taxas obrigatórias também pode soar como um empecilho à abertura de uma franquia. O contrato prevê, por exemplo, o repasse de royalties e a contribuição para o fundo de propaganda, além da taxa de franquia — todas mensais. O ideal é que todas as despesas fixas com o franqueador já estejam previstas no fluxo de caixa desde o início da operação.

Quais são as vantagens e as desvantagens do licenciamento?

Se executada com estratégia e eficiência, o licenciamento também pode despontar como uma oportunidade promissora ao empreendedor. Segundo levantamento da Abral, os produtos licenciados garantem aumento de até 50% nas vendas em relação às versões tradicionais. Saiba mais sobre as vantagens e desvantagens do modelo!

Vantagens

Semelhante ao que ocorre na escolha de uma franquia, o ato de licenciar uma marca ou um produto garante o conhecimento e a aceitação do mercado. No caso de produtos licenciados, para citar apenas uma das situações possíveis, o alcance dos itens tende a ser consideravelmente maior — minimizando, então, a necessidade de investir recursos próprios em publicidade e propaganda, por exemplo.

Outro ponto importante na tática de licenciamento é a exclusividade. Caso o acordo com a marca detentora dos direitos limite o uso da imagem a um fornecedor específico, impedindo que outras empresas desfrutem do mesmo privilégio, é natural que surja uma vantagem competitiva interessante em relação aos concorrentes. Esse tipo de benefício pode ajudar você a construir uma base sólida (e lucrativa) para a sua operação.

Desvantagens

Ao contrário do que acontece na opção por uma franquia, é comum que o contrato de licenciamento tenha uma data de validade já estipulada. Se, no ato da assinatura, o prazo do licenciamento foi fixo em 12 meses, há o risco de, ao final do ciclo, a liberação ser concedida a uma empresa semelhante, possivelmente um concorrente. Nessas condições, você corre o risco de perder uma fonte importante de renda — e, assim, comprometer a saúde do fluxo de caixa corporativo. Planos de continuidade ou de contenção são indispensáveis.

A falta de suporte também pode impactar negativamente nos resultados do empreendedor: o acordo de licenciamento não inclui o compartilhamento de informações estratégicas — financeiras ou de marketing — e, por isso, você deverá liderar o processo de ponta a ponta, da fabricação à distribuição, eximindo o parceiro de eventuais responsabilidades.

A essa altura, você provavelmente já percebeu que a escolha entre franquia ou licenciamento precisa considerar uma série de variáveis. A melhor forma de acertar é, sem dúvida, se dedicar à análise de cenários e oportunidades, entregando-se ao negócio com consciência e disposição. Vale a pena investir!

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